O que seria a descolonização do conhecimento, dos currículos? Quais seus possíveis caminhos? Conhecimentos, espelhos, formas de narrar “outras”? Ou próprias? Para refletir, narrar quais histórias, quais memórias? Qual o conhecimento tido como válido? Quem o produz, quem o diz? Como a(s) Amazônia(s) tem sido narrada(s)? Por quem, com quais objetivos? De que maneiras as artes (e mais especificamente aqui, as artes visionárias) podem contribuir para a expansão dos imaginários e descolonização dos saberes e fazeres, dos processos educacionais dentro e fora das escolas? Para uma abordagem sensível, criativa inclusiva e inovadora das leis 11.645 e 10.639? Nos propomos a pensar e debater essas questões em diálogo com as pessoas participantes do curso e, teoricamente, com os Estudos Culturais - especialmente a partir de Stuart Hall (2003; 2016) e da estética da diáspora - com a Poética da Relação, da Diversidade - tal como apresentada por Èdouard Glissant (2005; 2021) com as proposições e estéticas de Ana Pizarro (2005; 2023) Grada Kilomba (2016; 2019), Conceição Evaristo (2011; 2020) e Ailton Krenak (2019), entre outras autoras e autores. Nos aproximamos e procuramos trazer à tona algumas manifestações de artes visionárias criadas no interior e a partir de usos amazônicos da Ayahuasca (com seus muitos nomes); memórias, oralidades, visualidades, textualidades, performances do Movimento dos Artistas Huni Kuin – MAHKU, de Luiz Mendes e Companhia Casmerim, do SELVAGEM ciclo de estudos sobre a vida, de Daiara Tukano, entre outras. Percebendo-as e procurando dá-las a ver/ouvir como possibilidades de descolonização do conhecimento e (também) como referências teóricometodológicas para nossas pesquisas e atuações enquanto pessoas educadoras (e artistas); inclusive pensando com bell hooks (2013) que ensinar é um ato teatral, performativo, portanto, artístico. Pensando, ainda, com Paulo Freire (1967) na Educação como prática da liberdade.
Ministrante: Fernanda Cougo Mendonça e Carlos Pila